Ardor da conquista

Dantes, os homens pelejavam pelo ardor da conquista, pela pureza da raça. Hoje, uma guerra destas seria absurda.
O ideal é outro. Nos nossos dias, peleja-se pelo interesse.

Os requintes da vida, ou se quisermos, da civilização, exigem confortos, grandeza, fausto, a que uma mulher, por mais simples que seja, não pode resistir.

Ardor da conquista
Ardor da conquista

O culto sublime do lar transformou-o a mulher no culto egoísta de si própria. O amor não é eterno. Foge como foge a elegância, a mocidade; como desaparece, perante a ação cruel do tempo, tudo o que é belo.

O encanto é curto; breve se torna ruína. E a ânsia de aproveitar a mocidade em todo o seu vigor leva a mulher a educar-se no esmagamento do coração, para triunfo completo do raciocínio.

A mulher compreende que a vida restrita lhe não garante o futuro; a não põe ao abrigo da doença, da miséria.

E uma vez habituada pelo olhar à opulência das outras mulheres, ele contraria a sua condição encantadora de ser delicado e espontâneo, para se tornar um ser refletido e ambicioso.

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